quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Breakfast at Tiffany's, Truman Capote


Breakfast at Tiffany’s, Truman Capote
Edição: Penguin Classics,
Editora: Penguin 

            Breakfast at Tiffany’s é uma novela do autor americano Truman Capote publicada em 1958 e adaptada para o cinema em 1961 com Audrey Hepburn no papel principal, além de ganhar adaptações para o teatro e televisão eternizando sua heroína.
            Em um estilo de escrita simples e claro, Capote narra as desventuras de Holly Golightly por meio de um narrador-personagem que sonha em ser um escritor e torna-se vizinho de Holly em um prédio em Nova Iorque. A narrativa começa quando o narrador é chamado por um amigo em comum preocupado com o destino da moça, o que o leva a revisitar suas memórias.
 Holly é o escândalo da vizinhança, indo e vindo durante a madrugada e recebendo visitas de admiradores constantemente, mas também exerce fascínio sobre todos com seu charme. Nosso narrador acaba por tornar-se uma das pessoas a quem ela recorre quando ela perde as chaves de seu quarto - o que acontece frequentemente - e o contato leva os dois a construir um relacionamento apesar das diferenças.
            Essa amizade é marcada, principalmente, pelos limites estabelecidos por Holly e sua recusa a discutir seu passado. Ela procura entender o interesse do narrador pela Literatura, mas acaba por ferir seus sentimentos com suas observações demasiadamente práticas. Uma surpreendentemente ligação emocional com o narrador é formada principalmente porque ele faz com que ela se lembre de seu irmão mais novo, a única ligação com o passado que Holly não tenta evitar.
            Sempre voltando de festas e vestida elegantemente, Holly não parece trabalhar. Descobrimos que uma das formas com que ganha dinheiro é visitando na prisão o mafioso Sally Tomato sob o pretexto de ser sua sobrinha e enviando mensagens aparentemente inócuas para o velho. Além disso, Holly possui vários admiradores que desejam ajudá-la e esperam, em troca de favores, conseguir sua afeição e aproveita-se disso. A superficialidade da qual poderia ser acusada é desconstruída pela afeição genuína que Holly oferece (embora não de natureza amorosa) e pelo passado de privações extremas que teve. A famosa obsessão da personagem pela joalheria Tiffany’s torna-se triste por demonstrar que Holly prefere buscar conforto longe das pessoas, em um ideal de vida inalcançável para uma moça de origens tão pobres.
Um caso com um empresário e político brasileiro com quem deseja casar-se acaba por abalar a amizade de Holly e do narrador, agora mais um dos apaixonados por ela. Mesmo quando seus planos de casamento falham, inspiram Holly a partir para a América do Sul em busca de seu ideal pouco convencional de felicidade – e a fugir das consequências de seu envolvimento com Sally Tomato que acaba sendo descoberto pela polícia. Holly sai de cena e deixa para trás um grupo de homens especulando sobre seu futuro, ainda desejando de alguma forma alcançá-la.
           O grande trunfo da narrativa de Capote é mesmo a sua personagem principal e não é sem motivos que Holly Golightly tornou-se um ícone da cultura pop. Seu charme e frases de efeito dão para a obra ar espirituoso que torna a leitura prazerosa. A narrativa é episódica e de ritmo rápido, com forte presença de diálogos. Pungente na medida certa, Breakfast at Tiffany’s mostra uma personagem que se recusa obstinadamente a deixar que outros escrevam sua estória.

Nota: ♥♥♥♥

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